Há pouco tempo, ganhei um livro do meu amigo André, que me tinha recomendado a leitura de Erico Veríssimo e, confesso: Não tive o menor interesse.
Fato é que, na falta da internê em casa, comecei a ler o livro que ganhei e, surpreendentemente, curti o livro.
Não havia me interessado pelo seguinte motivo: Não sou muito adepto à literatura de movimento modernista e, quadrado que sou, literatura mesmo, somente li Machado, Eça de Queiróz, enfim, essa galerinha do século XIX.
Mas, não é que Literatura modernista também é muito legal?
Olhai os Lírios do Campo narra a história de Eugênio Fontes, um médico que, não mede esforços para ascender na escala social e, abre mão de um grande amor, para casar-se com uma mulher muito rica.(até parece propaganda de novela)
No desenrolar das águas, Olívia, o verdadeiro amor de Eugênio, morre. A partir de então, Eugênio que, outrora fora mui incrédulo, passa a gozar, a contemplar a vida. Separado de Eunice Cintra, desprovido então de status, Eugênio casa-se com a vida.
O mais interessante nesse livro, é a forma com que Érico nos mostra como há pessoas que vivem represando seus reais desejos e, por algum motivo adverso, enveredam pelo caminho que não lhes farão felizes. Acredite: Há inúmeros Eugênios Fontes por ae.
Pessoas que vivem um cárcere privado, vivendo uma luta interna, escravas de uma determinada situação, achando que são vítimas de tal circunstância e, como Augusto Cury mesmo definiu em um de seus livros: Pessoas que, no palco da vida, não fazem o papel principal, tornando-se então, telespectadoras de suas vidas e, impossibilitadas de agir.
No final do livro, Eugênio aprende a olhar os lírios, metáfora perfeita que, aliás, tem uma relação muito estreita com um versículo bíblico. Soma-se à esse conteúdo riquíssimo, uma leitura gostosa, maleável.
Enfim, leiam e, olhai também os lírios do campo.
